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O homem deve conhecer a si sem deixar de conhecer a Deus

 O homem deve conhecer a si sem deixar de conhecer a Deus

Um dos maiores desafios dos nossos tempos, senão o maior, é arrancar o ser humano da desumanização. São João Paulo II dizia que o homem é o foco primordial de toda missão da Igreja: “O homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer no cumprimento de sua Missão: ele é a primeira e fundamental via da Igreja, via traçada pelo próprio Cristo e via que, imutavelmente, conduz através do mistério da Redenção.” (PAULO II, João. O Redentor do homem. São Paulo: Paulinas, 1979. p. 41).

 

Ser pessoa implica entrar e, ao mesmo tempo, sair de si mesma – movimentos essenciais do ser humano, que está aberto à transformação progressiva na busca de encontrar sua plenitude no transcendente, pois há nele a participação da vida divina. Cada um de nós é um projeto a ser construído todo dia. O ser humano sempre será um segredo a ser descoberto, pois “cada homem tem uma característica irrepetível” (STEIN, Edith. Die Frau… p. 132. Italiano. p. 197).

 

O homem é parte essencial da missão da Igreja

 

É notável um crescimento grandioso de escritos, pautados em superações humanas, com base nos próprios esforços, o que demonstra que o homem está tentando se encontrar para vencer os obstáculos do cotidiano. No entanto, constata-se, aqui, um paradoxo, pois se a suplantação fundamentada em si mesma fosse satisfatória ao ser humano, ele não estaria tão divorciado de si mesmo por uma vida sem sentido, mergulhada em tristezas e devassidões. É notório que existe, aqui, um grande problema, pois há uma busca sincera do ser humano pela autodependência, porém, ele ainda não percebeu que, afastado do seu Criador, estará cada vez mais distante de suas satisfações mais profundas, pois sua sede de ser feliz jamais será saciada longe da plena Felicidade, que é o próprio Deus.

 

Ainda que o mundo atual viva como se Deus não existisse – estando, por isso, tão cético, racionalista e relativista –, você é convidado a redescobrir o valor da fé que habita o seu interior e permitir que ela paute sua conduta para, a partir daí, reencontrar-se, reencontrando o Criador, por quem é moldado e planejado.

 

Descobrir a sua essência

 

Temos a capacidade dada por Deus de nos erguer. Sendo assim, de forma simples, o objetivo do livro O Segredo de Ser Você é traçar um caminho espiritual, mediante as habilidades humanas, para sermos o que devemos ser. Tendo o conhecimento de si, com o auxílio da Graça divina, o ser humano consegue redescobrir sua beleza e sua essência. O fio condutor desse livro, portanto, é guiar o leitor na redescoberta dessa essência não só como animal racional, conforme diz Santo Tomás de Aquino, citando Aristóteles, mas, sobretudo, como Imagem e Semelhança do seu Criador. A natureza humana está ordenada para um fim, o qual, se for negligenciado, deformará a própria natureza. 

 

O homem, tal qual um ser espiritual, possui a vontade como uma de suas capacidades, e esta, segundo Santa Edith Stein, “se adestra exercitando-se em escolher, decidir, superar, perseverar etc.”. (STEIN, Edith. Escritos antropológicos e pedagógicos. Obras completas. Volume IV. Madri: Espiritualidade, 2003). Assim, podemos reiterar que essa capacidade de escolher, decidir, superar e perseverar está inserida no homem pelo seu Criador, por isso é impensável tratar do mistério humano deixando de elevar a mente a Deus, sem o qual não existiríamos, pois somos seres contingentes e não subsistimos por nós mesmos.

 

O papel da dor na nossa vida

 

É importante compreendermos também o papel da dor na vida do ser humano, porque, ao entender que a dor é consequência da ruptura do homem com Deus, notamos, então, que o modo de superá-la é o ato de união com Ele. O Filho de Deus assume a dor, fazendo-se homem e morrendo no alto de uma Cruz, tendo passado por torturas atrozes na flagelação para que n’Ele toda criatura reencontrasse o valor do sofrimento.

 

O nosso caminho formativo é obra divina. Por isso, é muito importante focarmos em alguns pontos, os quais nos conduzem ao adestramento da nossa vontade e das más inclinações. Para tanto, é necessário o desejo sincero de entrarmos em nós mesmos, desbravando-nos e corrigindo-nos, pela prática da vida interior, as realidades que ainda nos tornam reféns de nós mesmos e de nossas paixões. Como dizia São Bernardo: “O desconhecimento de si leva à soberba, e o desconhecimento de Deus, à degradação”. (Canção Nova)

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