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Confissão pessoal do fundo do coração

 


"Mea maxima culpa" pelo abominável pecado dos abusos e pelos erros que ocorreram. O olhar cristão do Papa emérito que exprime "profunda vergonha", "grande dor" e "sincero pedido de perdão".

Como tinha prometido, Bento XVI finalmente falou. Ele falou como cristão. Um cristão de noventa e cinco anos, que está vivendo os últimos anos de sua longa vida cada vez mais

frágil no corpo, com a voz fraca e a mente lúcida, e que mais uma vez se viu no centro das acusações e polêmicas. A breve e sincera resposta nasce do seu profundo olhar de fé. Ratzinger tirou do ato penitencial da missa diária a inspiração para sua pessoal e comovente "confissão".

No início de cada liturgia eucarística, celebrante e fiéis repetem o "mea culpa" terminando com as palavras "minha grandíssima culpa". É a consciência de ser pecadores e, portanto, necessitados de implorar misericórdia e perdão. É uma atitude "penitencial" distante seja do triunfalismo que considera a Igreja um poder terreno, seja do estilo corporativo que reduz sua vida à organização, estrutura e estratégias. Um comportamento também distante da generalizada atitude de sempre julgar os outros e suas culpas, em vez de questionar as próprias.

Como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger no início do novo milênio travou uma batalha contra os abusos clericais. Como Papa, ele promulgou leis muito duras para combater este abominável flagelo. Mas em sua carta ele não recorda nem reivindica nada disso.

Os dias após a publicação do relatório foram para ele uma oportunidade para fazer um "exame de consciência" e uma "reflexão" pessoal sobre o que havia acontecido. O Papa emérito diz ter olhado nos olhos "as consequências de uma grandíssima culpa" no encontro com aqueles que haviam sido abusados, e de ter aprendido que "nós mesmos éramos arrastados nesta grandíssima culpa quando a negligenciamos ou quando não a enfrentamos com a necessária decisão e responsabilidade, como muitas vezes ocorreu e ocorre". Ele exprime "profunda vergonha", "grande dor" e "sincero pedido de perdão" por todos os abusos e erros, incluindo aqueles que ocorreram durante o tempo do seu mandato nos respectivos lugares onde ele serviu, na Alemanha e em Roma. Ele escreve, sem ficar de fora, de sentir-se ele mesmo interpelado pela atitude daqueles que ainda hoje subestimam o fenômeno, ou seja, daqueles que dormem, precisamente como dormiam os apóstolos no Monte das Oliveiras, deixando Jesus sozinho a rezar e a suar sangue diante do abismo do pecado. Ele pede aos "irmãos e irmãs" que rezem por ele.

As palavras de Bento XVI na carta são as palavras de um ancião indefeso, que sente que o encontro com o Deus, cujo nome é misericórdia, está próximo. São as palavras de um "humilde trabalhador na vinha do Senhor", que pede sinceramente perdão sem escapar da concretude dos problemas e convida toda a Igreja a sentir como sua a ferida ensanguentada dos abusos.

 

Fonte: Vatican News

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