“A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar a quem sofre a solidão”.
Na mensagem para esta Quaresma, o Papa pede que “não nos cansemos de semear o bem” e, tomando por base uma afirmação da carta de São Paulo aos Gálatas (6,9-10a), mostra que a construção do bem obedece a um processo gradativo de conversão diária. Quanto à colheita desse bem, devemos obedecer ao kairós (tempo de Deus), que se manifesta em nós mesmos, nos “gestos mais insignificantes de bondade” que por mais pequenos que sejam, com Ele, não se perde.
É nesse contexto que os três exercícios orientados pela Igreja para a conversão do coração: oração, jejum e esmola (caridade), ganham sentido neste tempo quaresmal. E concluiu sua mensagem fazendo um apelo:
“Neste tempo de conversão, busquemos o apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos cansemos de semear o bem. (...) O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o”.
O Jejum favorece o espírito no combate contra o pecado
Dando sentido ao ato de jejuar como um gesto de conversão pessoal, Francisco pede que “não nos cansemos de extirpar o mal da nossa vida”. E deseja que “possa o jejum corporal a que nos chama a Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado”.
O Papa deixa claro que o jejum leva o cristão a tomar consciência de suas fraquezas cometidas e recomenda “o sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo que Deus nunca Se cansa de perdoar”.
Na Encíclica Fratelli Tutti, o ele afirma que “ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e ‘acumula’ a riqueza do amor recebido e partilhado”. E na mensagem da Quaresma de 2021, Francisco atualizou o Jejum afirmando que “jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas ‘cheio da graça e da verdade’ (Jo 1, 14): o Filho do Deus Salvador”.
Oração e Jejum, resposta à diabólica insensatez da violência
Assumindo o seu protagonismo como líder e representante maior do cristianismo, Francisco fez soar seu clamor pela paz num momento de guerra. E lembrou de duas forças que são acessíveis a todo cristão: a oração e o jejum. Para os católicos, já é uma prática intensificar essas duas forças no período da Quaresma, mas neste ano tem uma finalidade específica:
“Convido a todos a fazerem, no próximo 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, um dia de jejum pela paz. Encorajo, de modo especial os crentes a se dedicarem intensamente à oração e ao jejum naquele dia. Que a Rainha da Paz preserve o mundo da loucura da guerra”. E seu apelo certamente foi ouvido.
Viver uma Quaresma de caridade é cuidar de quem vive sofrendo
Para o Papa Francisco, a caridade é um dom que dá sentido à vida e está intimamente ligada ao sentimento familiar cristão, porque quem se encontra na privação é membro “da nossa própria família, um amigo, um irmão”. Para ele, “a caridade alegra-se ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado...”.
Atualizando a caridade neste tempo quaresmal, Francisco diz que “viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia da Covid-19”. E “neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro”, ele nos lembra da Palavra de Deus pronunciada pelo profeta Isaías: “Não temas, porque Eu te resgatei” (Is 43, 1).
reproduzida do portal de noticias: A12
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