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Alemanha, beatificado o jesuíta Johann Philipp Jeningen

 Um retrato do novo beato, o jesuíta Johann Philipp Jeningen beatificado em 16 de julho de 2022

Era chamado de "bom pe. Philipp" por sua abertura às pessoas que encontrava, transmitindo-lhes o amor do Coração de Cristo e ajudando-as em suas necessidades espirituais e materiais. Resumindo, por ter conseguido olhar as pessoas com o olhar de Deus. Foi assim que o cardeal jesuíta Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo, recordou seu confrade alemão Johann Philipp Jeningen, elevando-o às honras dos altares na

manhã deste sábado, 16 de julho. O cardeal presidiu o rito de beatificação em nome do Papa Francisco, em Ellwangen, na Alemanha.

Padre Philipp era o homem do encontro por sua piedade para com o povo. O que esse sacerdote religioso da Companhia de Jesus que viveu numa época distante do presente, e num contexto histórico marcado por guerras contínuas, como a do século XVII, tem a dizer ao mundo de hoje? A resposta está em sua própria existência, como explicou o cardeal celebrante. Em primeiro lugar, ele mostrou fé absoluta em Deus. "Vivemos", disse o purpurado, "num mundo no qual Deus não parece mais ter um papel importante. Na Alemanha, apenas metade da população é cristã." Essa secularização, explicou, "não é apenas tangível em números, essa secularização entrou em nossos corações e nosso estilo de vida". Daí o convite para dar a Deus um lugar na vida cotidiana, especialmente aos domingos. Então o Senhor "mudará nossas vidas, seremos capazes de voltar a ser cristãos alegres". O novo beato ensina que também se pode dar um lugar para a cruz. "Carregamos cruzes pesadas, a cruz da doença e da morte, a cruz da luta e da guerra, a cruz da futilidade e do tédio, a cruz do medo e do desespero." Mas, observou o cardeal, pode-se rezar "para descobrir na cruz a fonte do amor e da salvação. O amor faz resplandecer a cruz escura da morte na luz da ressurreição".

 

Outro elemento para aprender com o pe. Philipp é o amor pelo ser humano. Na verdade, enfatizou o cardeal Hollerich em sua homilia, somos "rápidos em rejeitar o outro, rejeitar todos aqueles que não compartilham nossa opinião pessoal e nossa atitude em relação à vida". Isso, no entanto, às vezes "leva a divisões dentro da Igreja. Vamos parar com essas pequenas guerras".

 

O representante do Papa convidou a olhar para a realidade como o missionário jesuíta fazia, com um olhar de amor, porque este "é o coração da capacidade missionária da Igreja". Sem amor pelas pessoas que se encontram na vida cotidiana, o cristianismo não é autêntico. Esse amor "também deve se manifestar em nosso compromisso". Na verdade, se "lutamos pela integridade da criação, se acolhemos os refugiados e trabalhamos pela paz, não nos tornamos uma organização social, mas combinamos amor por Deus e amor pelo ser humano". É este vínculo "vivido pelo bom pe. Philipp, que nos faz testemunhas do Evangelho neste mundo".

O arcebispo luxemburguês também pediu para refletir sobre a autenticidade da fé professada, perguntando se se acredita em Deus. Poderia ser, observou ele, uma pergunta incompreensível, porque muitos dos fiéis "pertencem ao núcleo duro" das paróquias. Mas, o cardeal repetiu sua pergunta: o que significa para os batizados crer em Deus? Para o novo beato a fé no Senhor era algo "muito mais bonito, muito mais profundo", do que crer na presença de um ser superior. "Deus", explicou o cardeal, "foi a alegria da vida do pe. Philipp. A sua fé foi marcada por um profundo vínculo com Deus na vida cotidiana." Ele conseguiu encontrar o Senhor "em todas as coisas de sua vida, em sua vida diária". Foi-lhe negada a missão na Índia, lembrou Hollerich, mas foi nos arredores de Ellwangen, "na vida cansativa de um missionário popular, que encontrou Deus. Não foi a extensão geográfica, mas a profundidade do coração o lugar do encontro com Deus".

Pe. Philipp era um discípulo de Jesus. Ele tinha "uma profunda amizade pessoal com Cristo através da meditação sobre a vida de Jesus como aparece nos exercícios espirituais de Santo Inácio e na leitura dos Evangelhos", reiterou o arcebispo. Ele sentiu que estava "sendo entregue a Cristo em sua missão".

O seguimento de Cristo do novo beato "faz dele um companheiro de Jesus na obra da salvação". A cruz "não é apenas um instrumento de tortura e morte, mas é um lugar de salvação". Para o padre Jeningen, "não era apenas uma questão de conhecimento teológico, mas de carregar sua cruz na vida cotidiana no seguimento de Cristo". A verdadeira cruz da vida de todos os dias "tem um peso e causa dor", mas ele "encontrou a felicidade nela, encontrou nela o sentido de sua vida".

Como acontece nas meditações dos exercícios espirituais, a visão da Trindade sobre todas as pessoas, a visão do Senhor crucificado sobre elas o atingiu. Nelas ele podia encontrar "o amor de Deus por todos, absolutamente todos".

 

Reproduzida do portal de noticias: Vatican News

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