“Gostaria de enviar a minha saudação aos jogadores, aos torcedores
e aos espectadores que acompanham, de vários continentes, a Copa do
Mundo, que está sendo disputada no Catar. Que este importante evento
seja uma ocasião de encontro e de harmonia entre as Nações, promovendo a
fraternidade e a paz entre os Povos. Oremos pela paz no mundo e pelo
fim de todos os conflitos, com um pensamento especial pelos sofrimentos
terríveis do querido e martirizado povo ucraniano.”
O esporte pode gerar "sementes de paz, capazes de mudar o mundo",
também enfatizou o Papa no último dia 14 de novembro ao receber em
audiência, no Vaticano, um grupo formado por cerca de 200 jogadores de
futebol - entre eles, o brasileiro Ronaldinho -, familiares e amigos. Em
Roma, justamente para participar da Partida pela Paz no Estádio
Olímpico, Francisco agradeceu pelo testemunho em dizer "queremos paz, em
um mundo que sempre busca guerras e destruição".
O próprio administrador apostólico do Norte da Arábia, que reúne
justamente o Catar, Kuwait, Arábia Saudita e Bahrein, dom Paul Hinder,
em declaração à agência católica de notícias SIR, expressou a esperança
de que a Copa do Mundo "seja um momento de festa e intercâmbio, de
respeito ao outro" e, portanto, também pediu aos torcedores "que
respeitem à cultura local". Durante os jogos, disse ele, "a Igreja de
Nossa Senhora do Rosário, em Doha, a primeira igreja construída no Catar
que pode abrigar mais de 2 mil pessoas, a maior do Golfo, vai
permanecer aberta para permitir que aos torcedores um momento de oração e
meditação".
As controvérsias da Copa do Mundo no Catar
Com uma cerimônia de abertura com abordagem de temas sociais,
"interligando diferenças através da humanidade, do respeito e da
inclusão", informou a Fifa, a Copa do Mundo, porém, vem acumulando
controvérsias e gerando debate desde que o país foi escolhido como sede,
ainda em 2010.
Sobre as polêmicas em torno da decisão de atribuir esta edição do
campeonato ao Catar, em relação ao respeito aos direitos humanos e à
exploração dos trabalhadores estrangeiros, muitos dos quais que perderam
a vida trabalhando na construção dos estádios, dom Hinder afirmou:
"Acredito que eventos como este, da Copa do Mundo, não são mais
sustentáveis para o futuro. A própria decisão de confiar a Copa do Mundo
ao Catar foi, tanto quanto se pode saber, problemática. Devo dizer
também que o país fez enormes progressos na área do respeito aos
direitos. Somente 25 anos atrás, no Catar, não tínhamos uma igreja e
havia aqueles que atiravam pedras e outras coisas aos cristãos que se
reuniam para rezar e celebrar os Sacramentos. Hoje, isso não acontece
mais, também graças à ação do governo. Isto não diminui o fato de que
ainda há progressos a serem feitos na questão dos direitos humanos,
sociais e normas trabalhistas."
O protesto da equipe do Irã
A equipe do Irã, adversária da Inglaterra na sua primeira partida,
não cantou o hino nacional, em solidariedade às manifestações no país
que nasceram com a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, assassinada após
ser presa em 16 de setembro por não usar de maneira correta o véu
islâmico. O capitão da equipe, Ehsan Haisafi, enviou condolências a quem
perdeu a vida nas manifestações e afirmou que os jogadores participam
da Copa, "mas isso não significa que não devemos ser a voz deles",
desejando uma mudança no Irã, "de acordo com as expectativas do povo".
Nas arquibancadas, podia se ver cartazes com as expressões: "Freedom for
Iran" e "Woman Life Freedom".
Já o Brasil, em busca do hexacampeonato mundial, joga nesta
quinta-feira (24) a primeira partida na Copa. A estreia da seleção
brasileira acontece às 16h, horário de Brasília, contra a Sérvia, no
estádio Lusail.
fonte: Vatican News
Comentários
Postar um comentário