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No coração de Roma, a saudade de monsenhor Jonas Abib

Daniele de Oliveira ao lado do monsenhor Jonas Abib

Por mais de quarenta anos, o padre Jonas Abib (1936-2022) testemunhou o poder de acreditar nos propósitos de Deus e os frutos gerados pela Comunidade Católica Canção Nova. Pessoas de todas as idades contemplam a missão que nasceu no interior do estado de São Paulo nos anos 1970 e que se espalhou Brasil afora.

Sete dias após o falecimento do fundador, missionários e fiéis católicos das diversas unidades nacionais e internacionais da comunidade prestaram as últimas homenagens ao monsenhor, em missas na intenção da partida de pe. Jonas Abib, realizadas neste domingo (18). Um último adeus também partiu do coração de Roma, da Paróquia Santa Faustina Kowalska, em celebração presidida pelo padre Clóvis que reuniu membros da Canção Nova, da Shalom, da Obra de Maria e de outras comunidades católicas.

 

A tarde e a chuva caem sobre as ruas antigas da Cidade Eterna. Caem na terra romana à medida que uma Canção Nova se levanta firme. Uma peregrinação de homens e mulheres prestes a “viverem e comunicarem o Evangelho de maneira integral, na eficácia do Espírito Santo, enquanto esperam e apressam a vinda gloriosa do Senhor”. Uma comunidade disposta a seguir pelas veredas de um carismático padre, cujos passos de vida repercutem em palavras e testemunhos.

 

Notícias e atualizações do último ocorrido saem dos estúdios da missão e alçam voos rumo ao Brasil por meios televisivos. São palavras que traduzem o encerramento de um ciclo e o início de outro para a Comunidade Católica Canção Nova.

 

O outono de Roma tem a sua beleza. Folhas caem, mas ainda assim, mesmo ao chão, elas são de um belo todo alaranjado. O inverno anuncia os poucos dias que faltam para a sua chegada, mas há agasalhos e calefatores para aquecerem a gente dessa terra. As temperaturas de fora caem paulatinamente, mas eis que o calor humano aumenta com efervescência, especialmente nas almas batizadas no fogo do Espírito Santo. Almas como a de monsenhor Jonas Abib. As lembranças ruminam a saudade, e no entanto surge a certeza de que “só se tem saudades do que é bom”*.

 

Os olhos de Santa Luzia, homenageada nesse mesmo 13/12, veem a presença do silêncio, da reflexão e do luto de um lado da alma, enquanto o outro espelha esperanças perante aquele que já não mais caminha sobre o Vale de Lágrimas e do qual nasce uma intensa comunhão no seio da Igreja Católica a ele dedicada, assim como - e sobretudo - à presença de Deus. A força que vem do Espírito abre caminhos para que a voz missionária chegue a um mar de telespectadores: “falece o monsenhor Jonas Abib na noite de 12 de dezembro de 2022”.

 

As lembranças de um pequeno gigante semeiam amor no coração de Daniele Luiza de Oliveira. A alma acumula a força dos abraços de monsenhor Jonas Abib no calor da fé, no selo de uma vívida paternidade espiritual, na mais sincera acolhida. Daniele sente tão de perto a manjedoura da bondade do santo homem quando mais precisou de morada segura para os seus sonhos, suas esperanças e seus passos.

 

O corpo do homem cumpriu quase 86 anos de andanças espirituais pela terra e agora descansa em paz. O mesmo corpo que suspirou os ares de uma decidida decisão, de mãos dadas à vocação salesiana, corpo que serviu de instrumento para a fundação da Comunidade Católica Canção Nova em 1978 e que vestiu-se de sabedoria para germinar os frutos de Deus nos campos de incontáveis vidas.

 

Por diversas vezes, e sem reservas, este mesmo corpo andou com a força da alma para as profundezas das alegrias e das mazelas do mundo, dos leprosos e dos necessitados, dos ricos e dos pobres. O corpo agora descido à cova da terra que por toda a vida diminuiu-se em sinal de respeito e reverência à grandeza do Bom Deus.

 

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (João 10, 27). A voz de monsenhor Jonas Abib se eterniza pela potência do falar de um verdadeiro profeta dos tempos atuais. “Me atraiu a voz do pastor, que dizia: ‘é possível ser santo’”, sublinha Daniele.

 

A voz do fundador encontrou eco no coração da carioca na plenitude dos anos 1990, nos encontros formativos da geração que viu de perto as fitas de vídeo VHS apresentarem problemas de imagem, restando apenas a boa fala do padre Jonas Abib em áudio. Da primeira visita à sede da Canção Nova em 1997, em Cachoeira Paulista/SP, até os áudios do bom pastor enviados por aplicativos de mensagens em 2022, Daniele resguarda o tesouro da presença de um grande homem pelo passar dos tempos e das tecnologias.

 

Fonte: Vatican News

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