Mãe relembra queixa da filha que morreu após complicação na extração de dentes do siso: 'Foi no nosso quarto gritando de dor'
Uma jovem de 18 anos morreu no interior de São Paulo depois de complicações provocadas pela retirada dos dentes do siso. A história da Isadora Belon Albanese repercutiu nas redes sociais e acendeu um alerta sobre os riscos desse procedimento e os cuidados que precisam ser tomados antes e depois da cirurgia.
A dentista recomendou que ela também extraísse o dente do siso do lado esquerdo como precaução. No entanto, algo inesperado aconteceu durante a extração do dente do siso do lado esquerdo. Após a segunda cirurgia, Isadora experimentou dois dias de intensa dor.
"Ela já foi no nosso quarto gritando de dor e falando: eu não aguento mais, eu não aguento mais. A dentista me acalmou e falou: não, isso é previsto, calma, vamos trocar o antibiótico [...] ela teve falta de ar”, relatou a mãe de Isadora.
Isadora foi internada e morreu dois dias depois. Os pais levaram o caso às redes sociais e reuniram mais de 60 mil assinaturas para pedir que fosse criada uma normativa para a extração do siso.
O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo recebeu o pedido, mas disse que não é possível impor uma norma única para a extração do dente do siso. O órgão é que fiscaliza esses profissionais sempre que recebe uma denúncia.
"Um protocolo eficiente, ele dá ao profissional liberdade de escolha entre a manobra técnica que ele achar a mais pertinente, bem como de pra aplicar o melhor medicamento para aquele evento cirúrgico planejado", explicou Sidney Neves, especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial.
O médico ainda esclarece que a extração do dente do siso em si não é uma causa comum de morte.
"Na verdade, ela não morreu tirando o dente do siso. Normalmente está relacionado a um processo infeccioso e vale lembrar que são muito raros. A cirurgia do siso é um procedimento extremamente seguro, destacou o especialista.
O que dizem os envolvidos?
Em nota, o Hospital Modelo, de Sorocaba, disse que Isadora foi submetida a uma bateria de exames que constatou um quadro já grave de infecção. Mesmo com medicamentos, o estado se agravou para infecção generalizada.
Ainda de acordo com a unidade de saúde, ela foi submetida a uma cirurgia com médico especializado em operações bucomaxilares. Mas os esforços empregados foram insuficientes.
A reportagem questionou sobre o atraso do cirurgião especializado, mas o hospital não respondeu a essa questão.
A dentista que atendeu Isadora também informou que todas as medidas preparatórias foram tomadas., assim como as medicações pré e pós-operatórias e o acompanhamento pós-cirúrgico e orientações à família. E que lamenta o ocorrido.
fonte: g1.com
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