“É com muita alegria que nós no ano centenário [da Diocese de Petrolina] temos o privilégio dado por Deus de publicarmos o edital e o decreto para a abertura do processo do Servo de Deus dom Campelo. A história nos mostra que ele foi um homem atento ao anúncio da Palavra, às preocupações da evangelização, mas também atento às necessidades sociais
aqui do Vale do São Francisco”, explica o bispo de Petrolina, dom Francisco Canindé Palhano. Dom Campelo morreu em 10 de setembro de 1988, em AraripinaA Diocese de Petrolina, em Pernambuco, deu início à coleta
de informações e testemunhos acerca de dom Antônio Campelo de Aragão, quarto
bispo da Igreja sertaneja e fundador dos institutos das Irmãs Mensageiras de
Santa Maria e das Medianeiras da Paz. A iniciativa visa a abertura do inquérito
diocesano para a beatificação e, posteriormente, a canonização do religioso que
morreu em 1988 com fama de santidade.
Até o dia 9 de outubro, portanto, fiéis de todo o Brasil e
de qualquer parte do mundo que tenham provas ou documentações que atestem
alguma ação religiosa importante ou milagre atribuído ao bispo devem
encaminhá-las à Cúria Diocesana de Petrolina, localizada na Rua Antônio Santana
Filho, número 205, Centro. Outras informações ou contato pelo site
www.diocesedepetrolina.org, e-mail curia@diocesedepetrolina.org ou no telefone
(87) 98835.0576.
“É com muita alegria que nós no ano centenário [da Diocese
de Petrolina] temos o privilégio dado por Deus de publicarmos o edital e o
decreto para a abertura do processo do Servo de Deus dom Campelo. A história
nos mostra que ele foi um homem atento ao anúncio da Palavra, às preocupações
da evangelização, mas também atento às necessidades sociais aqui do Vale do São
Francisco”, explicou o bispo de Petrolina, dom Francisco Canindé Palhano, em
entrevista à TV Grande Rio.
Ainda de acordo com o bispo, a fama de santidade de dom
Campelo ganhou força logo após a sua morte com relatos de curas de enfermidades
graves de pacientes que não tinham respostas da medicina e pediram a
intercessão do religioso.
“Ao longo de todos esses anos isso aconteceu. Agora, nós
queremos que a Igreja, por meio do Dicastério das Causas dos Santos possa
efetivamente declarar santo aquele que viveu entre nós, dom Campelo”, afirmou
dom Francisco.
O postulador da causa de beatificação de dom Campelo é o
doutor Paulo Vilotta, italiano foi responsável pelo processo de canonização de
Santa Dulce dos Pobres, em 2019, e acompanha outros 50 casos de candidatos
brasileiros à honra dos altares.
Vilotta terá o auxílio das comissões teológicas e histórica
que serão apresentadas pela Diocese de Petrolina, no dia 30 de setembro, às
19h, antes da Missa Solene de abertura oficial do processo de beatificação e
canonização de dom Campelo, na Catedral do Sagrado Coração de Jesus Cristo Rei.
“Nós nos enchemos de alegria porque a semeadura do
Evangelho ao longo desses 100 anos está produzindo frutos. Uma Igreja
centenária que tem a alegria de nos ter como evangelizadores de hoje para
suscitar o testemunho de alguém que vai nos dizer que é possível ser santo”. É
preciso que nos empenhemos, que com dom Campelo, participe onde quer que esteja
porque Deus nos quer fazendo bem””, declarou dom Francisco.
Biografia
Antônio Campelo de Aragão nasceu no dia 5 dezembro de 1904,
em Garanhuns, agreste de Pernambuco. Filho de Aurélio Aragão e Enedina Campelo
Aragão, ficou órfão de pai aos 10 ano de idade e de mãe aos 13 anos. Com 16
anos, foi estudar no Colégio São Joaquim dos Salesianos, em Frei Caneca (PE).
Fez o noviciado em 1927 e concluiu seus estudos filosóficos três anos depois,
em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife.
Em 1933, Antônio Campelo foi enviado pela congregação a
Turim, na Itália, onde deu entrada no Instituto Internacional Dom Bosco. Foi
ordenado padre em 5 de julho de 1936, na Basílica de Maria Auxiliadora, pelo
cardeal arcebispo de Turim, Maurilio Fossati.
De volta ao Brasil, foi professor do Colégio Salesiano de
Salvador (BA), onde permaneceu até 1938. Depois, tornou-se diretor do Colégio
Padre Inácio Rolim, em Cajazeiras (PB). Em 1943, passa a dirigir o Colégio
Nossa Senhora Auxiliadora em Aracaju (SE), onde ficou por dois anos até ser
transferido para o Colégio Salesiano de Fortaleza (CE) e tornou-se pároco da
Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, onde construiu as Escolas Profissionais
Dom Bosco, ofício que exerceu até sua nomeação episcopal.
Padre Antônio Campelo foi nomeado pelo Papa Pio XII como
bispo auxiliar de Cuiabá (MT) no dia 15 de junho de 1950. A sagração episcopal
ocorreu na Catedral Metropolitana de Fortaleza, em 13 de agosto do mesmo ano,
tendo o arcebispo de Cuiabá, dom Francisco de Aquino Correia, S.D.B., como
bispo ordenante. A cerimônia também teve a presença do então bispo de
Cajazeiras, dom Luís do Amaral Mousinho, e do bispo de Limoeiro do Norte (CE),
dom Aureliano de Matos. Seu lema episcopal era “Tudo farei pelos eleitos”.
Em 18 de dezembro de 1956, dom Antônio Campelo foi nomeado
como bispo da Diocese de Petrolina. Entre as realizações do seu pastoreio, está
a fundação da emissora de rádio “A Voz do São Francisco”, a construção da Vila
São Francisco para os pobres vítimas da enchente em 1957 e o 1° Congresso de
Ação Católica, em 1962, que contribuiu com a construção do Pavilhão do Lenho –
Instituto São José e Cine Massangano, atual Centro Cultural Dom Bosco.
Dom Campelo também foi responsável por ampliar o Centro
Social Pio XI, implantar as legiões agrárias e círculos operários, contribuir
com a construção do Hospital e Maternidade Santa Maria, em Araripina (PE), no
ano de 1959, onde também inaugurou o Centro Social, em 1962, e a Escola Normal
Dom Malan em 1967. O bispo construiu o Centro de Treinamento Diocesano de
Petrolina, em 1971, e ajudou na construção do Hospital de Santa Maria da Boa
Vista, no mesmo ano.
Como epíscopo, participou da I e da III sessões do Concílio
Vaticano II, em 1962. Ainda fundou duas congregações religiosas: As Mensageiras
de Santa Maria, em 1º de julho de 1957, e as Irmãs Medianeiras da Paz, em 10 de
dezembro de 1968.
Resignou-se da diocese em 6 de fevereiro de 1975, passando
a residir na comunidade do Colégio Salesiano de Salvador. Fundou em 12 de
outubro de 1984 a Associação das Servas Medianeiras da Paz, para o serviço da
Evangelização, seguindo a espiritualidade, o carisma e a missão das Irmãs
Medianeiras da Paz.
Dom Campelo morreu em 10 de setembro de 1988, em Araripina,
e está sepultado na Catedral Sagrado Coração de Jesus Cristo Rei, em Petrolina.
(Fonte – CNBB NE2)
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