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O Papa: drama das baixas taxas de natalidade deve ser levado muito a sério

 O Papa com os membros da Associação para a Subsidiariedade e Modernização das Entidades Locais italianas (Vatican Media)

O Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, na manhã deste sábado (20), a Associação para a Subsidiariedade e Modernização das Entidades Locais italianas (ASMEL), fundada em 2010. A Associação contribui para o bom funcionamento das Entidades Locais italianas, segundo o princípio da subsidiariedade, tão querido pela Doutrina social da Igreja.

 

Em seu discurso, o Santo Padre falou dos territórios, de onde provêm os membros da Associação, submetidos por algumas contradições da sociedade atual e por seu modelo de desenvolvimento:

 

“Os pequenos Municípios, sobretudo os que fazem parte das chamadas áreas internas, que são a maioria, são, muitas vezes, negligenciados e se encontram em uma situação de marginalização. Os cidadãos que ali vivem, que representam uma parte significativa da população, sofrem por lacunas significativas, em termos de oportunidades, que constituem uma fonte de desigualdade”.

 

Ouvir o grito da terra, ouvir o grito dos pobres

 

À raiz de tais lacunas encontra-se o fato de se tornar muito caro oferecer a esses territórios a mesma quantidade de recursos dedicada a outras áreas do país. Exemplo concreto disso é a “cultura do desperdício”: “Tudo o que não serve para lucrar é descartado”. Isso, disse o Papa, desencadeia um círculo vicioso: a falta de oportunidades, muitas vezes, leva a maioria da comunidade empreendedora da população a ir embora, deixando seus territórios à mercê da marginalidade e exclusão. Os que permanecem são, sobretudo, idosos e os que lutam para encontrar alternativas. Daí, aumenta a necessidade da presença de um Estado social, enquanto diminuem seus recursos. Aqui, Francisco acrescentou outro aspecto desta dinâmica:

 

    “Nas áreas internas, marginais, encontra-se a maior parte do patrimônio natural, como as florestas, áreas protegidas, de importância estratégica, em termos ambientais. A redução progressiva da população complica ainda mais o cuidado do território. Assim, os territórios abandonados tornam-se mais frágeis e a sua instabilidade é a causa de calamidades e emergências extremas: chuvas torrenciais, inundações, deslizamentos de terra, seca, incêndios e vendavais e assim por diante.”

 

A partir destas mudanças climáticas, afirmou Francisco, confirma-se a necessidade de ‘ouvir o grito da terra’, que significa ‘ouvir o grito dos pobres e abandonados’. Na fragilidade das pessoas e do ambiente descobrimos que tudo está interligado. Logo, a busca de soluções requer a leitura conjunta de fenômenos, que, muitas vezes, são considerados separados.

 

Cuidar da nossa Casa comum

 

Diante de tal realidade, o Santo Padre aproveitou para agradecer o compromisso e o trabalho da Associação ASMEL, que busca contribuir para a proteção da dignidade das pessoas e cuidar da nossa Casa comum, apesar de recursos escassos e entre milhares de dificuldades.

 

Por isso, o Papa recordou a necessidade de um compromisso sempre maior e convida a não baixar a guarda e tampouco desanimar. Mas, para além da qualidade de vida e do cuidado dos territórios, certas regiões marginais, hoje, podem ser convertidas em verdadeiros laboratórios de inovação social, com formas de mutualidade e reciprocidade, a benefício de todos.

 

Neste sentido, o Pontífice sugeriu a dar maior atenção à busca de novas relações entre o público e o privado, sobretudo o setor social privado. A escassez de recursos nas áreas marginalizadas torna as pessoas mais dispostas a colaborar para o bem comum e a participar de uma maior renovação da democracia.

 

Levar o problema da natalidade muito a sério

 

Ao término do seu discurso, Francisco falou aos presentes outra tendência promissora: a das novas tecnologias, em particular a utilização de diferentes formas de inteligência artificial:

 

    “Estamos descobrindo quanto elas podem revelar-se poderosos instrumentos de morte. Quanto este poder poderia ser benéfico se fosse utilizado não para a destruição, mas para o cuidado das pessoas, cuidado das comunidades, cuidado dos territórios e cuidado da Casa comum.”

 

E por falar em cuidados, disse por fim Francisco, estou preocupado com os poucos nascimentos. Há uma "cultura de despovoamento" que vem do número reduzido de nascimentos de crianças. É verdade que todo mundo pode ter um cachorrinho, mas é preciso criar filhos. Itália, Espanha... precisam de crianças. Basta pensar que um desses países mediterrâneos tem uma idade média de 46 anos! Precisamos levar o problema da natalidade a sério, levá-lo a sério porque o futuro da pátria está em jogo aí, o futuro está em jogo aí. Ter filhos é um dever para sobreviver, para seguir adiante. Pensem nisto: esse não é um anúncio de uma agência de natalidade, mas quero enfatizar o drama das baixas taxas de natalidade, que devem ser levadas muito a sério.

 

(fonte: www.vaticannews.va)

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