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Conselho de Igrejas do Oriente Médio condena “agressão global” no Líbano

 Pessoas inspecionam prédios danificados após ataques israelenses em 25 de setembro, em Saksakiyeh, sul do Líbano, 26 de setembro de 2024. De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, pelo menos 558 pessoas foram mortas e mais de 1.835 ficaram feridas nos ataques militares israelenses.

A denúncia é do Conselho de Igrejas do Médio Oriente (MECC), o organismo ecumênico com sede em Beirute que, por meio de comunicado, também pede "à comunidade internacional que intervenha o mais rapidamente possível e expresse uma posição clara que condene os crimes de guerra contra civis com o lançamento de ataques, destruindo sistematicamente propriedades e interrompendo o fornecimento de alimentos e saúde.”

Diante dos trágicos acontecimentos no Líbano, o MECC realizou uma reunião de emergência do Secretaridoa Geral, presidida pelo secretário geral, o professor cristão ortodoxo libanês Michel Abs. Os participantes da reunião rezaram juntos pela paz e discutiram “questões humanitárias urgentes e formas de apoiar as famílias”.

 

No comunicado, sem nomear o exército israelita, o MECC “condena veementemente a morte de pessoas inocentes, crianças, mulheres, idosos e outros civis, e deplora os ataques conduzidos pelas forças de agressão em áreas densamente povoadas que levaram à morte de cerca de 500 pessoas em um único dia e o deslocamento de centenas de milhares de cidadãos das suas áreas de assentamento."

 

O texto também faz o pedido para que seja fornecida “proteção internacional aos civis para que organizações e associações possam fornecer-lhes os materiais necessários para uma vida digna."

 

Durante o encontro, os participantes também criaram um grupo de trabalho para coordenar iniciativas no terreno destinadas a apoiar as famílias deslocadas das suas áreas.

“Vivemos todos em uma condição em que se misturam angústia, dor, raiva e medo”, relata à Agência Fides o sacerdote maronita Rouphael Zgheib, diretor das Pontifícias Obras Missionárias libanesas e professor da Universidade São José dos jesuítas. “A incerteza sobre o que nos espera também pesa sobre tudo. Não se consegue entender quem pode fazer parar tudo isso e se os ataques são apenas o começo”.

 

Os bombardeamentos do exército israelense têm como alvos possíveis bases do partido xiita Hezbollah. Uma estratégia que atinge há dias até mesmo pequenos enclaves e povoados xiitas em áreas predominantemente habitadas por cristãos.

 

“Esta manhã - relata à Fides padre Rouphael Zgheib na quarta-feira - o pequeno vilarejo xiita de Maaysra foi bombardeado, na região de Keserwan, área histórica de assentamento de comunidades católicas. É um povoado que fica a poucos quilômetros da sede do Patriarcado Maronita, em Bkerké”.

 

Os bombardeamentos no centro do Líbano têm o efeito de difundir o medo por toda a população. A desconfiança e a suspeita também aumentam, depois de terem transformado pagers e walkie talkies em dispositivos mortais, tornando potencialmente perigoso até mesmo falar ou estar perto de pessoas pertencentes à comunidade xiita, direta ou indiretamente ligadas ao Hezbollah.

 

“Esta situação de incerteza - acrescenta o padre Zgheib - afeta também as iniciativas de resgate dos deslocados e feridos. Os hospitais estão em colapso, não estavam preparados para atender a quantidade de pessoas feridas no rosto e nos olhos por pagers que viraram explosivos. Igrejas e escolas estão abertas para acolher pessoas deslocadas, há muitas iniciativas individuais de solidariedade para com os cristãos e muçulmanos que fogem do sul e de outras áreas afetadas. Mas esta solidariedade espontânea coexiste com sentimentos de desconfiança. A propaganda e as polarizações políticas dos últimos anos insinuaram suspeitas e desencadearam ataques mútuos entre as diferentes partes que se acusam mutuamente de “trair o Líbano” e de ser um desastre para o país. A crise econômica também restringiu a vontade de ajudar os necessitados. E isso leva muitos a ajudar apenas membros de sua própria rede familiar e grupo confessional”.

 

*Agência Fides

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